terça-feira, 26 de abril de 2011

Palavras Douradas

Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo. Provérbios 25:11.  

Certa vez, eu estava lendo o livro de Provérbios e me deparei refletindo sobre este interessante provérbio que compara a palavra falada na ocasião oportuna às maçãs de ouro servidas em bandejas de prata.  Inevitavelmente comecei a pensar no valor das palavras que falo e a quem falo, como falo e em que momento as falo, e me perguntei: “Quantas delas são tão preciosas assim?”
Realmente, trata-se de um tesouro irrecusável os bons conselhos na hora da dúvida, ou o suave consolo em face da aflição, como também é valioso o encorajamento diante do medo.  Existem palavras que são bálsamo para dor e outras que são colírio para os olhos, que as vezes não enxergam muito bem a verdade sem a ajuda de uma boa palavra.
Recordei-me de um testemunho que ouvi há muito tempo atrás, não sei ao certo quando foi, mas certamente me fez pensar no valor do produto dos lábios que se abrem em sabedoria.
Certo homem agricultor chamado José e sua esposa, a linda Maria das Flores, moravam numa pequena fazendinha que José herdara de seus pais. Eles eram muito felizes, pois na terra onde viviam e trabalhavam juntos, conseguiam tudo que precisavam para viver.
Houve uma terrível seca naquela região, e o jovem casal perdeu muitos animais e colheitas inteiras. As coisas ficaram difíceis, e José tomou uma importante decisão, partir em busca de trabalho para conseguir juntar um bom dinheiro para mudar a sorte de sua família.
Montando seu estimado cavalo viajou muitos dias, até chegar a terras distantes não atingidas pela avassaladora seca. Encontrando uma enorme e linda fazenda resolveu pedir emprego, pois lidar com terra e com animais era oque mais gostava e sabia fazer. Foi recebido pelos empregados da fazenda que o conduziram até o proprietário, o Sr. Teófilo, que percebendo o desgaste físico e o estado abatido de José por causa da grande viajem lhe oferece uma refeição e um bom banho para o até então desconhecido peregrino. Ambos conversam muito, José conta sua história à Teófilo que se compadece dele dando-lhe trabalho com os outros peões da fazenda.
José trabalhava muito, se destacava entre os outros empregados da fazenda e começava a adquirir o respeito dos colegas. Quando chegou a hora dos empregados receberem seu salário, José não quis receber dizendo ao seu patrão:
“Aqui eu tenho comida e lugar para dormir, não tenho nenhuma outra necessidade, percebo que o senhor é um homem sábio e honrado, então gostaria que me ajudasse guardando os meus salários e quando chegar a hora de partir levarei  o dinheiro para minha família”.
De fato o Sr. Teófilo era um homem muito sábio, justo e honrado, compreendendo a vontade de José ele resolve atender o seu pedido e guarda em um cofre o salário, e assim o faz todos os meses.
Passam-se os anos, e de peão José passa para capataz e depois á administrador da fazenda, sempre trabalhando com muita dedicação e amor. Depois de vinte longos anos José procura o Sr. Teófilo, que já não é somente seu patrão, mas sim seu mentor e melhor amigo para lhe pedir as contas dizendo:
“Meu velho amigo, chegou a hora de voltar para minha terra e para minha Maria, em todos estes anos te servi, mas agora preciso que me dê meu salário e me deixe partir”.
Seu patrão faz as contas, reúne o dinheiro e fala a José:
“Tenho uma proposta a você, posso lhe dar todo o seu dinheiro e você volta e o usa como quer, ou... ao invés de lhe dar todo o dinheiro posso lhe dar uma parte somente e o restante pago com três valiosos conselhos. Não precisa responder agora, durma esta noite pense um pouco e amanhã faça sua opção”.
José perturbou-se muito com aquela proposta, mas não desconfiou de seu patrão, afinal de contas eram amigos também, além do mais, se em todos estes anos que conviveram juntos ele aprendeu algo sobre aquele homem, seria o fato de se tratar de uma pessoa honrada, justa e muito sábia. No dia seguinte  José respondeu ao Sr. Teófilo:
“Fiz minha escolha, vou querer os conselhos, pois sei que a sabedoria que o senhor possui é muito valiosa”.
O Sr. Teófilo apanha uma bolsa, dois pães grandes e um grande embrulho de presente e diz:
“Este pão é para você comer na viagem, este outro no pacote é especial, coma com sua família quando chegar em casa, o embrulho é um presente meu para você e sua esposa, abra-o com ela com os meus cumprimentos. Dentro desta bolsa está o dinheiro que lhe sobrou e três envelopes contendo os conselhos que compraste, use-os quando estiver confuso, em dúvida ou perdido”.
Os dois se abraçaram e choraram então José despedindo-se de todos partiu montado num jovem e forte cavalo.
Depois de um dia de viagem José encontrou outro cavaleiro que cavalgava na mesma direção, logo conversaram e tornaram-se companheiros de jornada. No dia seguinte chegaram ao ponto em que a estrada desviava para contornar uma densa floresta, José estava pronto para seguir viagem normalmente quando seu companheiro exclamou:
“Para onde vai José? Seguir pela estrada é um caminho muito longo... Vamos atravessar a floresta e ganharemos pelo menos um dia de viagem!”
José olha, acha o atalho um tanto perigoso e suspeito, fica em dúvida, entretanto se lembra  das sábias palavras de seu patrão. Sacando um envelope ele lê o primeiro conselho:

Há caminho que ao homem parece bom, mas o fim dele são os caminhos da morte.1

Após refletir sobre as palavras decide não seguir o companheiro e despedem-se.
Passaram-se dois dias e José chega a uma estalagem na beira da estrada. O estalajadeiro quando vê José pergunta:
“Você não encontrou um homem cavalgando nesta direção em seu caminho? Pois meu irmão deveria chegar hoje de viagem, é que somos sócios.”
Os dois conversam e descobrem que o companheiro de viagem de José é o referido homem. O estalajadeiro chora esperando o pior quando descobre que seu irmão pegou o perigoso atalho da floresta e deveria ter chegado um dia antes. Muito triste José segue para seu quarto, e após um banho quente se põe a dormir.
Quando já era noite alta José desperta com gritos apavorados de Socorro que partem do lado de fora da estalagem. Assustado e confuso com aquela situação, José olha pela janela, mas não vê nada além da enorme lua. Vestindo-se para tentar ver o que estava acontecendo lá fora, mais uma vez lembra-se das sábias palavras de seu patrão, tomando mais um envelope o lê na esperança de que nele contenha alguma luz para esta confusão, nele estava escrito:

O alto caminho dos justos é desviar-se do mal; o que guarda o seu caminho preserva a sua alma.2

José volta para sua cama e decide não sair, ao amanhecer pergunta ao estalajadeiro: “O que estava acontecendo durante a noite e porque estavam gritando?”.
O homem lhe pede desculpas e diz: “Perdoe-me estava tão arrasado com o desaparecimento do meu irmão que me esqueci de te avisar. Na lua cheia um homem louco e violento grita por socorro nestas proximidades esperando que algum viajante desavisado saia para ver o que está acontecendo, e então ele o ataca e o mata”.
Mais uma vez nosso peregrino teve a vida poupada por um sábio conselho, mas a viagem ainda não terminou, resta pelo menos um dia de caminho galopando bem rápido, e José está com muita saudade de sua amada esposa.
Até que enfim, ele está chegando e logo vê da chaminé uma fumaça, é a hora do jantar. Ele se aproxima da janela e vê ao fogão sua linda Maria das Flores, tão bonita quanto no dia em que ele partiu, mas algo acontece... Um rapaz mais jovem aparece abraça Maria, lhe dá um beijo no rosto. “Não pode ser!!!” Pensa José já se afastando da janela com lágrimas molhando seus olhos.
Já cego de ciúmes, louco de ira e perdido de coração José apanha o machado de cortar lenha de sobre o tronco e parte para vingar-se. Então de repente um estalo diretamente da sua mente lhe diz: “Resta-lhe ainda um conselho!”. Ele trêmulo saca o envelope da bolsa abre e lê:

Um tolo expande toda a sua ira; mas o sábio a encobre e reprime. O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.3

Meditando nas palavras que leu no último conselho, respira fundo várias vezes solta o machado e decide falar com sua esposa. Bate na porta, Maria se aproxima e quando abre a porta toma um choque, surpresa e muito emocionada logo se põe a chorar, abraçando José beija-o, mas os lábios e braços dele não se movem, são como pedra, ela assustada afasta-se não entendendo o desprezo de seu marido olha em seus olhos como quem pergunta por quê?
 José começa a replicar: “Durante estes vinte anos eu tão somente trabalhei, e me mantive fiel, suportei todas as tentações, superei as dificuldades só pela esperança de voltar para você e lhe dar uma vida melhor... Por que você não pôde me esperar? Por que me traiu??
Enquanto ele ainda fala o jovem rapaz se aproxima, Maria o chama e diz: “Paulo José, venha conhecer o seu pai”.
Ele parado na porta não podia acreditar, mas quando vê o rapaz de perto é como olhar um espelho a vinte anos atrás, os mesmos traços, o mesmo cabelo, era de fato seu filho? Maria explica: “Quando você me deixou há vinte anos, eu não sabia, mas estava grávida de nosso filho. Foi por isso que nunca me senti só, porque tudo nele me lembrava você José.”
E todos se abraçam e choram muito, enfim é hora do jantar, e José trouxe um pão especial para comer com sua família, e quando todos estavam a mesa abriram o presente que o Sr. Teófilo mandou com seus cumprimentos, era um lindo livro com uma dedicatória: “Aqui está toda sabedoria que precisei em minha vida, e toda a sabedoria que um homem pode precisar, Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem e guardam as palavras deste livro”.
Muito felizes partem o pão especial, e para surpresa de José dentro dele está o ouro correspondente ao restante do salário de José.  Diga-me você leitor qual foi o melhor presente de Teófilo?

1Pv 14:12; 2Pv 16:17; 3Pv 29:11; 10:12.    
Fim. 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Metamorfose

Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.
Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. Isaías 55:8-9.

Sem dúvida há uma grande diferença entre a nossa maneira de ver e viver a vida com a visão de Deus para a mesma, pois Ele possui padrões mais elevados, que não se confundem com os humanos, nós possuímos limitações físicas e mentais. Nossa estreita visão de existência limita nosso relacionamento com Deus a uma esfera superficial ou até mesmo retórica, supervalorizando questões materiais e temporais considerando-as essenciais em detrimento das questões espirituais, que, embora sejam superiores a primeira são consideradas supérfluas pela maioria das pessoas, pois é difícil enxergar a necessidade prática de valores e princípios de natureza imaterial cercado de carências visíveis e palpáveis.
Cristo nos apresentou o desafio de vivermos além das perspectivas naturais através de um novo nascimento espiritual:


Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.

Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre da sua mãe?
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. (João 3:3-7)

 Como seres terrenos, vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos e degustamos todos os elementos criados por Deus, e assim compreendemos o mundo e tudo que nele há. Entretanto nos encontramos incapazes de conhecer nosso Criador, pois sua natureza é diferente das coisas e seres criados.


Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus foram criados; de maneira que, aquilo que se vê não foi feito do que é visível. Hebreus 11:3.

É imprescindível ao ser humano passar pelo novo nascimento para poder sentir e conhecer as coisas do Eterno, da mesma forma que nasceu para as coisas materiais é preciso nascer para as espirituais. Essa transformação habilita-nos a conhecer e experimentar a vontade de Deus.

E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2.

A palavra usada no texto sagrado para transformação é “metamorphosys”,

Basta lembrarmos-nos da metamorfose pela qual a lagarta é submetida para se transformar em borboleta para entendermos a magnitude dessa transformação que a Palavra de Deus afirma ser-nos tão necessária. Então dividiremos a nossa existência em duas fases principais, o da lagarta e o da borboleta.


O Lagarta

Assim como a lagarta o homem natural tem sua vida centrada nas coisas deste mundo com uma perspectiva totalmente terrena e material para suas necessidades, vontades, sonhos e ambições. A lagarta é um animal rastejante, ou seja, o seu mundo é a terra, e nada além é compreendido e alcançado por ela, uma existência bem limitada ao seu caminho sempre rente ao chão.
Como já mencionamos anteriormente é preciso mudar, pois por mais que as coisas materiais sejam valiosas e o mundo seja vasto ainda sim, é muito pouco para o que Deus tem planejado para o homem. Jesus nos concede a oportunidade para experimentarmos uma nova vida.

PORTANTO, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Colossenses 3:1-2.


A Borboleta

Mesmo se tratando da mesma criatura, após a transformação a borboleta é um ser completamente distinto da sua primeira existência, e a principal característica que gostaríamos de destacar são as asas, ela pode voar.


Diferente da lagarta, a borboleta possui um outro caminho mais elevado, os céus. Lá ela pode enxergar com clareza a beleza das flores, sua cosmo-visão é milhares de vezes ampliada, até o seu paladar mudou para saborear o doce néctar das mais lindas flores. Não está mais presa ao chão, se antes achava que era livre agora sabe o que é verdadeiramente liberdade.
Assim é o homem nascido de novo (de cima) é uma pessoa transformada, onde pode experimentar o caminho mais auto que Cristo lhe oferece com uma visão mais ampla e verdadeira da vida, até seus sonhos, desejos e vontades foram reciclados. Enfim, pode ser livre de verdade.

Se você ainda não experimentou a metamorfose não perca mais tempo. Deixe aquele que possui todo o poder mudar a sua vida lhe dar a maior dádiva de todas... A salvação.

Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. II Coríntios 4:17.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Lobo e o Cordeiro


Porque o que faço, não o aprovo; pois, o que quero, isso não faço, mas o que aborreço, isso faço... Porque eu sei que, em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.
Porque não faço o bem que quero, mas, o mal que não quero, esse faço. (Romanos 7:15,18,19)

Este é o drama de um lobo que tinha a sua toca entre as pedras do topo de um penhasco, lugar onde somente os ossos de suas presas lhe faziam companhia. Era um animal muito solitário, toda a noite uivava para a lua, lamentando sua dura e triste vida.
Num dia qualquer ele vigiava um rebanho de ovelhas, onde intencionava capturar sua próxima vítima, afinal não seria a primeira vez que devoraria um saboroso cordeiro, durante sua campana ele observava os hábitos daqueles dóceis animais, os via conduzidos  para fora do redil, até a grama verdejante para um banquete matinal, depois eram levados para o riacho, onde saciavam sua sede nas águas frescas e cristalinas, e depois, ficavam ao sol até a tardinha, onde descansavam e brincavam, tudo sob a vigilância do pastor que as guardava.
Voltou o lobo para a sua toca sem caçar naquele dia, revoltado, invejando a vida tão boa daquelas ovelhas exclamou:
“Minha vida é tão difícil, tenho que caçar minha própria comida, me defender sozinho de meus inimigos, ninguém cuida de mim. As vezes durmo com fome, outras ferido e doente e não há quem ouça o meu ganido de dor... Estou cansado desta existência tão sofrível! Eu quero ser ovelha! Quero ser protegido, levado às pastagens verdejantes e alimentado, depois me refrescar com as águas do riacho, brincar com os amigos e descansar seguro.Isto sim é que é vida!
Decidido a viver como ovelha vestiu a pele de sua última presa, um jovem cordeiro que devorara, descendo o penhasco infiltrou-se no rebanho sem levantar suspeitas, sentiu pela primeira vez o caloroso conforto de dormir aconchegado na branca e macia lã de uma de suas novas companheiras.
Acordou tão feliz aquela manhã que mal cabia em si, o pastor levou o rebanho para fora como de costume para pastar na grama ainda molhada pelo orvalho.  As ovelhas se deliciavam com aquela grama, como se fosse a iguaria mais apetitosa do mundo. O lobo entusiasmado começou a comer também, mas o sabor da grama para ele era amargo como fel, tentou engolir, mas não conseguiu...  então ele disse consigo mesmo:
“O que importa? Estou tão feliz com minha nova vida que certamente superarei essa dificuldade pequena”.
Então continuou o seu dia, bebeu a água do riacho, brincou com as jovens ovelhas, fez amigos e descansou ao sol. Quando a noite chegou, juntinho com o rebanho suspirou pelo que acreditava ser o dia mais feliz de sua vida e dormiu sorridente.
No dia seguinte mais uma vez foi levado para pastar, agora a fome já o incomodava, tentando comer grama não obteve sucesso, como no dia anterior não podia suportar o sabor amargo da grama. Ao final do dia já não conseguiu dormir em paz, pois o estômago roncava muito.
Já era o terceiro dia, a fome era insuportável, por mais que quisesse comer grama era o cheiro da saborosa carne de suas companheiras ovelhas que ele desejava, não conseguia mais brincar com inocência, só pensava em devorá-las para sentir novamente o gosto suculento da carne entre os dentes. Não podendo mais se controlar o lobo fugiu em disparada para a sua toca, arrancando de si o disfarce de pele de cordeiro completamente frustrado e entristecido lamentou o seu fracasso chorando:
“Eu desejava tanto ser ovelha... viver a vida tranqüila e pacífica de um cordeiro. Mas sou um lobo, não consigo comer grama, somente a carne agrada-me o paladar, quase não pude suportar o calor daquela pele coberta de lã sobre mim, sempre com medo de ser descoberto escondia meu verdadeiro eu, faminto e quase descontrolado abandonei a vida dos meus sonhos porque não era a minha vida...”
E olhando para o céu aquele pobre animal lamentou ter nascido lobo, desejando ser possível nascer de novo como um cordeiro de verdade. Não suportando mais a fome desfaleceu com lágrimas molhando seus olhos desesperançados.

Quando amanheceu o dia estava ainda muito faminto, dirigiu-se para a planície coberta de grama e comeu, o sabor e o cheiro eram muito agradáveis ao paladar, surpreso e confuso dirigi-se as águas e quando vê seu reflexo... Algo inexplicável aconteceu...  já não se trata de disfarce, pois está coberto com a pele branca de lã, sua própria pele, um maravilhoso milagre aconteceu... Não existe mais o lobo, e sim um bonito e jovem cordeiro.

Da mesma maneira somos nós, nascemos sob a influência do pecado, vivemos uma vida onde a vontade da carne e dos pensamentos imperam. Sonhamos com a pureza, com a paz, a felicidade plena. Então descobrimos que precisamos mudar de vida para experimentá-la, vemos pessoas que debaixo dos cuidados de Cristo, vivendo a invejável alegria da salvação com famílias abençoadas, caminhos retos e justos, na companhia de irmãos de fé e na comunhão com Deus encontram alento, cura e paz.
Queremos ser protegidos, gostaríamos que alguém tratasse nossas machucaduras e cuidasse de nós. Então vamos para a casa de Deus, o redil do Sumo Pastor, a Igreja de Cristo. Onde passamos momentos agradáveis cantando e se alegrando com o povo de Deus, até percebermos que nos falta uma transformação, gostar do que um cristão gosta e sentir satisfação na santificação (prática da oração, meditação na Palavra de Deus, obediência aos princípios da bíblia, separação das coisas profanas...). Mas o nosso desejo ainda é buscar o prazer nos desejos da vontade carnal, buscar alegria fugaz se divertindo com as coisas desse mundo e não com as coisas de Deus.
Como para aquele lobo não bastava apenas parecer cordeiro por fora, era preciso ser um cordeiro desde dentro, falta-nos uma nova natureza espiritual, que não apenas saiba o que é melhor, o que é certo, mas uma natureza que deseje realmente o que é melhor e certo, a qual se satisfaça verdadeiramente na vida com Deus. Precisamos nascer de novo!
Este milagre existe! Jesus nos ensina a encontrá-lo nas águas do arrependimento e da conversão... É o novo nascimento.

Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre da sua mãe, e nascer?
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. (João 3:3-7)

Venha para Jesus! Ele tem uma nova vida para você!
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. (II Coríntios 5:17)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Enigma da Borboleta



Havia certo ancião, que com seus dois filhos habitava nas regiões montanhosas de uma floresta. Era um homem muito sábio, e gostava de reunir os filhos para passar-lhes importantes ensinamentos sobre a verdade e a vida.


Certo dia, sendo os seus filhos já rapazes, mandou-os recolher lenha na floresta como de costume. Os jovens foram conversando, até começarem a falar dos hábitos do velho pai:

“Nosso pai sempre faz grandes sermões sobre a vida, e sempre que fazemos algo que ele reprova temos que ouvir uma longa história e muitas admoestações!” Disse o mais velho.

“É verdade, estou cansado desses sermões! Será que nunca temos razão?” Disse o mais moço.

Enquanto discutiam sobre o assunto o mais velho interrompendo o presente diálogo propõe:

“Tive uma idéia! Vamos mostrar que ele não está sempre certo. Apanhemos uma borboleta e levemos até ele, segurando ela dentro das mãos perguntaremos. Pai, nós sabemos que és um homem muito sábio, e por isso queremos lhe fazer uma pergunta. Esta borboleta que tenho nas mãos está viva ou morta? Se ele disser que está viva apertarei levemente os dedos e esmagarei a borboleta e quando a mostrarmos ela estará morta. Se Ele disser que está morta afrouxarei as mãos até libertá-la, e quando ela voar então mostraremos que estava viva. Não importa o que ele responder, certamente errará e nós venceremos!”

“Dessa vez nós é que ensinaremos uma lição a ele!” Disse o outro.

E assim como planejaram fizeram, com a borboleta nas mãos indagaram o ancião, que com o olhar da experiência contemplou a astúcia de seus filhos e sorriu. Chamando-os mais perto, tocou a mão do mais velho (que trazia a borboleta) e disse:

“Vida ou morte? Sem dúvida é um grande enigma... Mas a resposta não cabe a mim, mas a você! Pois ela está em suas mãos."

Depois de refletirem alguns instantes naquela resposta, os jovens surpreendidos admitem aprender mais uma importante lição sobre a vida... A escolha.


O Senhor Deus em sua palavra nos ensinou a importância dessa escolha em nossas vidas:

Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra vós, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição: escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência. (Deuteronômio 30:19)

Escolher Cristo é escolher a vida!

Disse-lhes Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. (João 14:6)

Lembre-se, a proposta está feita, Deus, o nosso bondoso Pai celestial nos orienta e mostra o caminho, mas a responsabilidade da escolha é sua, pois ela está em suas mãos.

Inverno Espiritual

... E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.
Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. Mateus 24:13.

Em lugares onde o inverno é extremamente rigoroso a natureza se transforma completamente, podemos sentir de forma bem acentuada os efeitos da estação fria, onde não se vêem folhas, flores e frutos, a paisagem colorida debaixo do imenso céu azul dá lugar ao deserto branco da neve, sem o verde das folhagens e as cores da floresta, cobertos pelo lençol nublado que esconde o sol.
Até os animais, por maiores que sejam apesar de sua enorme força se rendem ao frio gélido, invernam em suas cavernas ou tocas, onde dormem até a mudança do tempo, a volta do calor e das cores de seu habitat natural.
Há no mundo cristão uma estação de esfriamento, entretanto este frio não é climático, trata-se de um inverno de natureza espiritual, produzindo na vida das pessoas que atinge os mesmos efeitos avassaladores do período gelado que lhe dá nome.
O esfriamento da fé parece tirar a beleza e a alegria cristã dos corações, afastando-os da calorosa comunhão do corpo de Cristo, o ardente fervor dá lugar ao sono da indolência, onde filhos de Deus invernam em suas cavernas, deixando de congregar, adorar, comungar e orar. O pecado por sua vez promove o distanciamento de Deus, e este contribui ainda mais para o pecado.
Nada cresce no inverno espiritual, pessoas são como árvores secas, sem folhas, sem flores, sem frutos e aparentemente mortas.
Talvez você já tenha enfrentado o rigor desse inverno em sua vida, quem sabe o está enfrentando agora, em sua caverna esperando a primavera chegar. Gostaria que soubesse, Jesus o ama, quer lhe ajudar a vencer o frio que sopra contra você. Levante a cabeça e veja o Sol da Justiça brilhar sobre sua vida. Basta deixar que o amor de Cristo aqueça o seu coração.
Pr. Gisnério A. Silva.